IBCC intensifica alerta para importância do diagnóstico precoce ao tipo de câncer que representa quase 30% dos casos onc.
O câncer de próstata é o tipo mais frequente no homem, representando quase 30% dos casos de câncer no sexo masculino quando se exclui os cânceres de pele não melanoma. Segundo dados do INCA, Instituto Nacional do Câncer, um homem morre a cada 38 minutos devido ao câncer de próstata.
De acordo com o Dr. Carlos Eduardo Bolognani, o médico do departamento de Urologia do IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer) e membro da European Association of Urology, 1 em cada 7 homens terão a doença, por isso, a grande importância dos exames diagnósticos do câncer de próstata, já que a prevenção nem sempre é uma possibilidade.
“Não é possível prevenir o câncer de próstata, entretanto, novos estudos indicam que a prática de atividade física e a prevenção da obesidade podem diminuir o risco do desenvolvimento do câncer de próstata. Mas é fato que o diagnóstico precoce ajuda a reduzir os casos de morte pelo câncer, pois as taxas de cura chegam a 90% dos casos quando diagnosticada na fase inicial.”, explica o Dr. Carlos Eduardo.
Históricos familiares devem ser motivos de atenção. “A presença de um familiar de primeiro grau com o diagnóstico de câncer de próstata aumenta em duas vezes a chance em ter o câncer de próstata; e se forem dois familiares aumenta essa chance em cinco vezes”, complementa o urologista do IBCC.
Em relação aos principais sintomas, o médico relaciona que nos estágios iniciais a doença é assintomática. Os sintomas de dificuldade para urinar, como jato urinário fraco, esvaziamento incompleto são decorrentes do aumento benigno da próstata, condição frequente na população acima de 50 anos.
Como rastrear?
O rastreamento da doença deve começar a partir dos 50 anos de idade na população em geral e a partir dos 45 anos se apresentar familiares com diagnóstico de câncer de próstata, ou se for da raça negra. Os exames de pesquisa do câncer de próstata devem ser realizados todo ano, que seriam o exame do toque retal e o PSA (Antígeno Prostático Específico). O toque retal permite avaliar se há a presença de nódulos (caroços) na próstata, o que são bastante sugestivos de câncer, chegando a 90% de chance de ser câncer. O PSA é realizado através da coleta de sangue do paciente e quando aumentado suspeita-se de câncer em aproximadamente 35% dos casos, em determinada faixa de valores.
O diagnóstico é realizado exclusivamente através da biópsia da próstata, indicada pelo médico após analisar os exames de rastreamento. Nela, é possível analisar se nos fragmentos extraídos possui células tumorais. O tratamento vai depender do estágio da doença, das doenças associadas e da idade do paciente. Em fases iniciais são tratadas basicamente com cirurgia ou radioterapia associada a hormonioterapia. Nas fases avançadas com hormonioterapia e quimioterapia.
Mudanças na vida sexual
A alteração na vida sexual dos pacientes submetidos ao tratamento vai depender da modalidade de tratamento, tipo de cirurgia, doenças prévias como diabetes mellitus, a presença de disfunção erétil previamente ao tratamento. Importante é visitar o urologista regularmente e realizar os exames de toque retal e PSA periodicamente, pois somente o diagnóstico precoce permite altas taxas de cura do câncer de próstata.
Relato de Experiência
O sr. Osmar Dias Jr. é autônomo, casado e tem 4 filhos. Quando descobriu o câncer há exatamente 1 ano, com 65 anos em estádio IV com metástase nos ossos e linfonodal, fazia mais de 5 anos que não visitava o urologista. Passou por duas cirurgias, seis sessões de quimioterapia em tratamento via protocolo de pesquisa clínica no IBCC. Hoje faz acompanhamento trimestral para controle.
“Eu sentia várias vezes por dia vontade de urinar, mas pensava que era efeito do remédio para controle de pressão que é diurético. Quando cheguei a ir de 5 em 5 minutos no banheiro e não conseguia urinar de forma satisfatória procurei o médico, fiz o exame de toque e ultrassom que detectou. Infelizmente nós não paramos pra pensar que pode acontecer com a gente. A briga é com a nossa mente, tenho bastante autocontrole e me questionava o tempo todo sobre o porquê não ter procurado o médico antes”, desabafa Osmar.
Segundo ele, entre os homens é um tabu muito grande falar da prevenção. “Temos que fazer consultas todo ano porque pode acontecer com qualquer homem. E quem já descobriu lute, a medicina tem muitos recursos, estou muito satisfeito com a assistência no IBCC. Tirei muitas lições com o câncer, parei para me cuidar mais e recebi total apoio da minha família”, finaliza.