Por muitos anos, a única opção para evitar uma gravidez indesejada era o preservativo masculino. Com o tempo, a popular camisinha ganhou cores, sabores e eficácia.
Porém, com o advento da pílula anticoncepcional e outros métodos contraceptivos, o preservativo foi perdendo espaço. Até que, nos anos 80, surgiu uma doença assustadora, a Aids, síndrome que levou milhares de pessoas à morte. Justamente à mesma época em que as DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) proliferaram.
A camisinha voltou ao papel de protagonista, pois era o único método contraceptivo que impedia com certa segurança a contaminação. Então, nos anos 1990, foi lançado o preservativo feminino também eficiente contra uma gravidez indesejada, a contaminação pelo HIV, vírus causador da Aids, e as DSTs.
Desta forma, as mulheres também assumiram papel de protagonistas na escolha de como se proteger.
“Se considerarmos uma situação ideal e consistente de utilização, ou seja, em todas as relações sexuais, a possibilidade de falhar é de 5%. Isso resultaria em cinco gestações em 100 mulheres no primeiro ano de uso. Porém, na prática, se todos os cuidados não foram observados, as falhas podem chegar a 21%” explica a ginecologista Patrícia De Rossi, membro da SOGESP (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo).
Distribuídos gratuitamente no SUS (Sistema Único de Saúde), o preservativo feminino é um método reversível, ou seja, quando a mulher deixa de utilizá-lo, pode engravidar ou contrair doenças.
O formato é semelhante a uma bolsa, medindo 15 cm de comprimento e 8 cm de diâmetro. Possui dois anéis flexíveis, um móvel, que fica na extremidade fechada, servindo de guia para a colocação no fundo da vagina; e o segundo, na outra ponta, é aberto e cobre a vulva (parte externa da vagina).
Feita de poliuretano, material mais fino que o látex do preservativo masculino e também mais lubrificado, a camisinha é descartável e deve ser usada em todas as relações sexuais, inclusive durante a menstruação. Mas o método tem certas desvantagens. O preço é uma delas.
O valor é maior do que o preservativo masculino. Isso, atrelado à falta de informação, faz com seja um dos métodos pouco utilizados, ressalta a ginecologista.
Dra. Patrícia ainda aponta outros fatores que impedem a popularização atualmente.
“O fato de ter um preservativo introduzido na mulher pode desestimular determinados parceiros. Quanto à atenção, o cuidado para não deslocar o preservativo e penetrar o pênis fora dele é imprescindível”, acrescenta.
Ao contrário do masculino, o feminino pode ser colocado até oito horas antes da relação. Ele deve ser retirado apertando o anel externo antes de a mulher levantar para garantir que o esperma fique no interior da camisinha. Depois, basta puxar o preservativo para fora delicadamente. E a cada relação deve-se usar um novo.
É importante destacar que, por ficar dentro do canal vaginal, o preservativo feminino não pode ser usado ao mesmo tempo em que o masculino, pois o atrito aumenta o risco de rompimento. Opte apenas por um dos tipos.